Home Office, também conhecido pela sigla SOHO (Small Office and Home Office) que significa escritório em casa. O home office é normalmente usado por trabalhadores independentes, além disso algumas empresas possui este sistema de trabalho quando os funcionários não precisam ou não podem trabalhar no escritório. A ideia de trabalhar em casa é tentadora e já é a opção de mais de 30 milhões de brasileiros, segundo o Censo 2010, realizado pelo IBGE. A oportunidade de conquistar uma melhor qualidade de vida, diminuindo o desperdício de horas no trânsito, com a possibilidade de passar um tempo mais próximo da família, por exemplo, salta aos olhos do profissional. Mas, será que essa é uma alternativa sempre positiva? A possibilidade de diminuir a tensão livrando-se do trânsito, economizar no guarda-roupa, ter maior flexibilidade no horário, ter acesso a uma alimentação caseira e mais saudável, bem como à prática de esportes, como impulso para oxigenar o cérebro e melhorar a produtividade, parece um bom negócio.
Mas, muito mais do que uma simples mudança de local físico, optar por trabalhar em casa exige também uma mudança de comportamento. "Administrar a rotina e separar o público e o privado, trabalhar com filhos pequenos em casa pode ser muito estressante se não houver disciplina e, além disso, os filhos sabem que o pai ou a mãe está logo ali e isso pode dificultar a concentração", alerta Eduardo Ferraz, consultor em gestão de pessoas.
Além disso, se o profissional valoriza o trabalho em equipe, gosta de se relacionar com os colegas e é muito sociável, certamente terá dificuldades para trabalhar isolado em casa. "Mesmo que no curto prazo a alternativa se mostre atraente, em médio e longo prazo ele não vai aguentar", prevê o consultor.
Para a empresa
Este formato de trabalho também pode trazer prós e contras ao empregador. A economia nos custos físicos de manter um funcionário trabalhando internamente pode ser vista como um grande atrativo. Porém, uma recente alteração do artigo sexto da Lei 12.551, da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), determina que todos os trabalhadores que executam suas atividades fora do local de trabalho, seja em casa ou à distância, passam a ter os mesmos direitos daqueles que exercem suas funções dentro das empresas.
Além disso, a empresa também precisa ficar atenta na avaliação do trabalho deste profissional. É importante, por exemplo, organizar uma metodologia de avaliação e acompanhamento do trabalho executado pelo funcionário que não está no escritório. A empresa precisa ter uma estrutura preparada para essa modalidade e verificar se a pessoa tem o perfil adequado para esse tipo de trabalho. Caso contrário, o tiro pode sair pela culatra.
Na prática
Se o home office for a opção escolhida, veja as dicas para manter o propósito em dia:
> Mantenha uma estrutura adequada, que possibilite dar conta das demandas do lar e combinar limites e horários. O ideal é montar um escritório em um ambiente reservado das áreas de convivência famíliar.
> Cuidado para não cair na armadilha de trabalhar 24 horas por dia ou, pior, abrir mão totalmente da rotina. Tenha disciplina.
> Não perca contato com a empresa e os colegas. Programe visitas e reuniões regulares. "Pelo menos uma ou duas vezes na semana, vá trabalhar com a equipe no escritório para ver e ser visto", sugere Ferraz.
> Ter um ambiente específico para o trabalho em casa: nada de trabalhar no sofá, no quarto, ou na mesa da cozinha. É necessário um espaço específico para o trabalho.
> Infraestrutura: mais uma vez, nada de improvisar. Ter mesa, cadeira, telefone, internet e tudo o mais que você teria em um escritório. Seu trabalho e sua saúde agradecem.
> Gerenciar os horários: a flexibilidade é uma faca de dois gumes. Se você não tiver disciplina, tanto pode tender a trabalhar menos do que deveria, quando a trabalhar muito mais do que deveria.
Qualquer um desses casos não é bom, nem para você e nem para o seu contratante. É fundamental gerenciar a agenda de trabalho, como se você estivesse realmente no escritório.
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